"Convite para uma chávena de chá de jasmim"


sábado, 10 de fevereiro de 2007

para ti

Dark Matter


Scientists at the University of Rome, according to the New York Times, may have finally detected dark matter, the stuff that roughly eighty percent of the universe may be made of.





Like certain superheroes, particles
of dark matter pass through other matter
unimpeded. But anti-gravity, scientists
explain, "still cannot be expected

to reverse the course of a falling apple,
or drive an inflating wedge of nothingness
between lovers." Which may be why
the hero works best alone.

Pals and sidekicks can be helpful,
but women are too curious, too quick
to believe the men they're with
must be, at heart, different men.

Of course they're right. And the hero
is in trouble if he doesn't
keep his other self a secret.
He wants to be in love, to offer

all the confidences a lover should.
But he has to save the world,
again and again. Thus it seems true
that a wedge of nothingness

divides the man and the woman,
but also that the falling of an apple
is irreversible.
The hero must expect evil

to continue. He cannot afford
to be surprised by strangeness.
Or ever expect a life in which
he could only be himself.

Dark Matter, Lawrence Raab

direitos,deveres e responsabilidades



Socialmente o reconhecimento do "direito a ter um filho" deixa de existir precisamente quando parece que os deveres da educação não podem ser assegurados convenientemente.(...) Aos olhos da maioria ter um filho só é um direito legítimo quando os pais estiverem em situação de o criar em condições reconhecidas, com razão ou sem ela como "satisfatórias". É certo que não existe l"consenso sobre o que se entende por "educação normal" e sobre as pessoas que podem beneficiar das técnicas procriáticas. (...) Mas qualquer que seja a erosão de "família tradicional" e a "extensão do direito a ter um filho", este continua a estar dentro de limites rigorosos. (...)
O direito à vida contra o direito de escolha: não é o reforço da corrente pro-life que caracteriza em profundidade a nossa época; é o alargamento social da ausência do consenso ético, expressão da própria era democrática desligada do culto do dever. Crise social das legitimidades morais que não deve esconder a marcha progressiva dos valores liberais. É pouco provável que o aborto possa, num período dominado pelos direitos individuais, ser posto em causa em absoluto.

in O Crepúsculo do Dever -Gilles Lipovetsky

sábado, 3 de fevereiro de 2007




"I don't mind if you don't like my manners. I don't like them myself. They're pretty bad. I grieve over them on long winter evenings."
Humphrey Bogart

Primeiro posting



Desconheço se e quantos se seguirão.No entanto, enquanto posting inicial, parece-me oportuno uma nota introdutória. Porquê aderir ao universo bloguista e porquê agora? Enquanto diário, este será - e socorrendo-me da analogia da mensagem na garrafa - a forma de quebrar o isolamento que as tecnologias da informação e comunicação nos impoem: paradoxal? Sem dúvida. Ao contribuir para o isolacionanismo do cibernauta encerrado no seu planeta, promove simultaneamente o contacto com outros mundos e o frenesim da informação. A nossa reacção? Um misto de deslumbramento pelo primeiro e de indiferença face à segunda. Paradoxal, uma vez mais.

Vencer o "inimigo" com as próprias armas ou fazer uso da bengala que me faculta, eis a razao. Sair do anonimato? Nao tanto. Catarse depuradora? Em parte. Busca de humanização ao partilhar aquilo
que temos de mais nosso: a palavra.

E citando F. Savater :(...)"Nela reconheço instintiva e reflexivamente o que deve ser respeitado, não por altruísmo mas para me defender aquilo que me descoisifica, o que me livra da identidade de objecto. Há, no responder à palavra que me é dirigida – palavra que solicita, compromete, talvez minta, que oculta tanto quanto revela – no seu pleno assumir o propósito em que melhor me reconheço: que aconteça o que acontecer não se fale em vão. Resgatar a possibilidade de comunicação racional é a reclamação a que chamo precisamente de ética".

"Sentir? Sinta quem lê" F.Pessoa dixit

in O Conteúdo da Felicidade ,Fernando Savater